Panorama ESG Brasil: conheça o cenário de práticas de ESG no país
Pesquisa indica o estágio de maturidade da execução de ações em ESG pelas empresas brasileiras.
Como as empresas brasileiras se engajam para estabelecer ações de impacto social, ambiental e de governança? Para responder esta questão, o Panorama ESG no Brasil, pesquisa realizada pela Amcham Brasil em parceria com a Humanizadas, contou com a participação de 574 profissionais que atuam, principalmente, nas áreas de sustentabilidade, gestão de pessoas e administração de empresas. A iniciativa tem como objetivo mapear o envolvimento de empresas do país para a implementação de ações em ESG, trazendo uma visão geral do cenário atual para que as organizações possam encontrar oportunidades de desenvolvimento na área, considerando os objetivos e possibilidades de cada negócio. Neste artigo, você acompanha os principais insights extraídos do relatório. Continue a leitura!
Perfil dos participantes da pesquisa
Antes de mais nada, é preciso entender o perfil dos participantes da pesquisa. 74% dos profissionais que responderam o questionário trabalham na área de sustentabilidade, administração ou gestão de pessoas, e trabalham em empresas de médio ou grande porte (70%). A maior parte das organizações analisadas possuem mais de 10 anos de mercado (75%) e 83% são empresas dos setores de serviços e indústria.
Visão de negócio em ESG
As empresas de grande e médio porte devem reconhecer o seu papel na implementação da agenda ESG em suas organizações, assim como o impacto positivo desta decisão em seus resultados. Uma das tendências encontradas no relatório é que empresas que buscam inovar na agenda ESG também estão expandindo os negócios com novos produtos ou mercados. Além disso, adotantes iniciais da agenda estão desenvolvendo lideranças e colaboradores e melhorando a experiência dos clientes.
Os principais benefícios observados por empresas que praticam ações de ESG são o fortalecimento da reputação no mercado (61%), impacto positivo em questões socioambientais (57%) e redução dos riscos ambientais, sociais e de governança (40%). Aderir ao ESG é investir em crescimento para as empresas em um mercado que está cada vez mais atento a fatores relacionados com os três pilares do conceito.
Outro resultado que mostra a potência das ações em ESG para os objetivos de sustentabilidade corporativa é que 30% das empresas reportam avanços significativos em relação às metas do Pacto Global da Organização das Nações Unidas – iniciativa que instiga empresas a alinharem suas operações aos Dez Princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. Além disso, as empresas também mostram interesse em priorizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU, destacando o ODS 8: Trabalho decente e crescimento econômico (realçado por 62% dos participantes) e o ODS 3: Saúde e bem-estar (prioridade de 61% dos profissionais).
A agenda ESG é coletiva, resultado da ação de diversos fatores que influenciam no impacto positivo de uma organização para a sociedade e o meio ambiente. Mesmo sendo realizada em conjunto, alguns indivíduos são fundamentais para garantir o avanço dessas ações. Para 82% dos participantes da pesquisa, os CEOs das empresas precisam liderar ativamente a agenda ESG para que a mudança seja, de fato, implementada. Além disso, 69% ressaltam que o governo também possui um papel fundamental para o movimento. Como a agenda ESG envolve um conjunto de fatores públicos e privados, as lideranças empresariais e governamentais devem reconhecer a sua importância e buscar estabelecer estratégias para que, em cooperação, possam impulsionar ações de impacto social, ambiental e de governança no Brasil.
Maturidade de práticas ESG no Brasil
Das empresas analisadas, 35% estão buscando adotar melhores práticas em ESG. Um dos maiores obstáculos evidenciados para a implementação da agenda é a falta de conhecimento e/ou experiência com o tema. Como uma resposta para contornar este desafio, 62% dos participantes incentivam a formação e capacitação dos funcionários na área, sendo que 48% acreditam que este é um fator crítico de sucesso. Além disso, 42% dos profissionais que responderam à pesquisa declaram possuir algum conhecimento ou experiência razoável sobre o tema.
Quanto às de impacto ambiental, 53% do corpus da pesquisa afirma que a sustentabilidade faz parte dos valores da empresa, e para 48%, ela faz parte das ações estratégicas do negócio.
Dentre as práticas sustentáveis mais adotadas pelas corporações, destacam-se políticas e práticas de reciclagem e reuso de materiais (46%) e a otimização do uso de recursos naturais (45%). Apenas 14% das empresas estão desenvolvendo ações para a compensação ou redução da emissão de gases de efeito estufa, fazendo com que este possa ser um caminho para profissionais que buscam sugerir ações inovadoras neste cenário.
Mesmo assim, apenas 18% das empresas analisadas possuem orçamento exclusivo para investimentos em sustentabilidade. A falta de recursos financeiros acaba sendo um dos maiores obstáculos para a implementação de ações de ESG. Além disso, 38% relatam dificuldade em mensurar e monitorar indicadores ESG, e 32% mencionam a ausência de uma cultura forte de sustentabilidade como uma grande dificuldade para a adoção da agenda em ambientes corporativos.
No ponto de vista do impacto social, a indústria é a área que promove mais capacitação aos funcionários e colaboradores (70%), além de adotar remuneração justa e benefícios (60%). Já a área de tecnologia se destaca por aderir a uma cultura de diversidade, equidade e inclusão (62%).
Quanto à governança, as práticas mais recorrentes são o estabelecimento de um código de ética e política de anticorrupção (54%), políticas de transparência e governança (47%) e a implementação de um comitê ou equipe focado em ESG (30%).
Caminhos futuros
O atual panorama ESG no Brasil indica que 47% das organizações já aderiram e 31% planejam aderir a esta agenda em breve. No momento em que 50% das empresas adotarem a prática ESG, este movimento atinge um ponto de inflexão, onde torna-se irreversível para o mercado. Desta forma, a tendência é que cada vez mais empresas implementem essas ações, até que elas sejam recorrentes em todos os modelos de negócios.
A pesquisa evidenciou quatro principais fatores que são essenciais para a aceleração deste movimento, sendo a capacitação e desenvolvimento de lideranças e colaboradores (48%) o primeiro deles. Afinal, potencializar o conhecimento e a experiência em sustentabilidade e ESG é um desafio enfrentado por muitas empresas do Brasil. Outros passos que podem fomentar este cenário são a promoção de ações de conscientização e sensibilização sobre o tema (47%), o desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade realmente forte (43%) e a aplicação de um orçamento dedicado exclusivamente para o investimento em iniciativas ESG (40%).
Outra movimentação necessária para melhorar o panorama atual é que as empresas e o governo, em conjunto, estabeleçam padrões e diretrizes para o acompanhamento e mensuração do avanço ESG no ambiente corporativo.
Você pode fazer parte desse movimento
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