second hand, moda sustentável

Second-hand na contramão do fast-fashion

Second-hand na contramão do fast-fashion

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Com a preocupação ambiental em pauta, as pessoas passaram a refletir sobre os seus hábitos de consumo, gerando grandes debates sobre a sustentabilidade na indústria da moda.

 

Um dos pontos que impulsionou ainda mais essa discussão, foi a chegada da pandemia causada pela covid-19.

 

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) reforça a preocupação. Segundo os dados apresentados do estudo, o Brasil produziu, apenas em 2018, 8,9 bilhões de peças de confecção. Já em 2019 o número foi ainda maior: o setor produziu 9 bilhões de produtos.

 

E você sabe para onde todas essas roupas vão parar? Em lixões, gerando um impacto ambiental negativo.

 

Em razão disso, a busca por peças atemporais ou usadas passaram a chamar atenção de diversos usuários. Idealizado nos Estados Unidos, um termo ganhou força no Brasil: o second-hand. Em tradução livre para “segunda mão”.

 

Se no passado as fast-fashion eram tendência, hoje os usuários buscam manter um consumo consciente praticando a moda sustentável. Segundo pesquisadores americanos, somente nos Estados Unidos, é projetado que nos próximos 5 anos esse mercado deve crescer de 15% a 20%, por ano.

 

Continue a leitura do artigo e saiba mais sobre as tendências do second-hand.

 

O mercado da moda consciente

 

Os jovens, em especial aqueles que fazem parte da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), são os principais incentivadores dessa nova tendência. Mais atentos às questões ambientais e ao consumo consciente, eles investem em itens que já tiveram um ou mais donos, aumentando o ciclo de vida de peças de roupas ou sapatos.

 

Consequentemente, a pandemia também ajudou a impulsionar esse tipo de negócio. De acordo com um estudo realizado pelo Sebrae, a abertura de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão teve um aumento de 48,58% entre os primeiros semestres de 2020 e 2021.

 

Além disso, uma pesquisa feita pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) e divulgada pela CNN Brasil apontou que o volume de vendas em brechós deve crescer em quase 30% ainda este ano.

 

 

Marília Carvalhinha, coordenadora do curso de pós-graduação em Fashion Business da FAAP Digital, acredita que a internet ajudou para que o produto de segunda mão fosse mais valorizado: “É um grande desafio tecnológico para a cadeia da moda aumentar a sustentabilidade. Uma das maneiras de melhorar isso é fazer com que o produto seja mais usado e o ‘second hand’ é uma maneira de cumprir esse objetivo”, disse em entrevista à CNN.

 

Sustentabilidade e a indústria da moda

 

O modelo fast-fashion se baseia na oferta incessante de produtos de tendências do momento e, consequentemente, nos preços baixos. Dessa maneira, para que essas roupas sejam produzidas de forma rápida, essas empresas acabam usando recursos naturais e diversos insumos químicos para fabricar as peças.

 

Um levantamento realizado pela Fundação Ellen McArthur, aponta que 73% dos resíduos têxteis são queimados ou enterrados em aterros sanitários. Ainda segundo a pesquisa, apenas 12% dos resíduos são reciclados e menos de 1% são usados para fabricar peças de roupas novas.

 

Preocupados com o meio ambiente, em 2019, 32 empresas assinaram o “Fashion Pact”, um pacto que une a indústria têxtil e os líderes do G7 em um compromisso global contra as alterações climáticas, a perda da biodiversidade e o impacto negativo da indústria nos oceanos.

 

As companhias que firmaram este acordo se comprometeram a estabelecer uma série de metas para limitar os efeitos do aquecimento global para alcançar emissões neutras em carbono até 2050. Além disso, o pacto espera que seja possível trabalhar para reverter a poluição dos oceanos causada pela indústria da moda até 2030.

 

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