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E se o Brasil fosse uma marca?

Escrito por FAAP | 23 set 2022

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Há tempos, o mundo expõe suas expectativas para o futuro do Brasil, reforçando a possibilidade de que o país se torne, um dia, uma das principais potências globais. Mas o que falta para destravar esse potencial?

 

Para entender como o país gera valor, a empreendedora e designer Ana Couto desenvolveu um estudo em que mapeou as percepções dos brasileiros sobre si próprios, o país e seus símbolos.

 

Para isso, conduziu um verdadeiro diagnóstico de branding, utilizando método e ferramenta proprietários. O levantamento quantitativo contou com 2,5 mil respondentes de todo o Brasil. E por meio de social listening, foram analisados mais de 600 mil tweets.

 

O estudo recebeu o título Branding Brasil – O valor que o país gera’. Alguns dos resultados, você confere a seguir.

 

A relação do brasileiro com o Brasil

 

Um dos aspectos que merece destaque está a dicotomia entre o brasileiro e o Brasil. Enquanto para os participantes morar no Brasil é ruim, ser brasileiro é bom.

 

Entre os respondentes, 54% concordaram que o país está isolado e 52% afirmaram que sempre muda de rumo. Para 51%, os brasileiros perdem muito tempo brigando entre si e 48% disseram que viveriam em outro país se pudesse.

 

Os jovens também se mostram pessimistas e desconectados, o que pode indicar uma perda de identidade. Dentre eles, 44% não se identificam com o país, 55% morariam em outro país se pudessem e 56% não acreditam que o Brasil é um país ideal para viver.

 

Ainda assim, a bandeira e a camisa canarinho seguem representando os brasileiros, mesmo que, mais recentemente, apareça associada a movimentos políticos.

 

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Para 73% da população, a bandeira é símbolo de união. Já 60% a associam ao futuro e à esperança. De forma semelhante, a camisa canarinho, da seleção brasileira, simboliza união para 65%, de futuro para 60% e de esperança para 67% dos entrevistados.

 

E mais: foi identificado também um forte desejo de reconexão. A maioria dos brasileiros (58%) sente saudade de usar as cores do Brasil.

 

Além da bandeira e da camisa, o estudo também buscou identificar outros símbolos que representam o Brasil e o brasileiro. Nesse aspecto, a natureza e os cartões-postais, como Rio de Janeiro, Amazônia e outras regiões do país, figuram entre os mais citados.

 

Também se destacam as manifestações culturais, como o Carnaval e a tradição do futebol, além de elementos do cotidiano, como a gastronomia e itens domésticos. O povo brasileiro, o Brasil nacional – representado por seus ícones, símbolos e eventos oficiais – e os problemas sociais também foram lembrados.

 

Identidade e personalidade

 

O estudo mapeou ainda 19 atributos associados ao Brasil e ao brasileiro, dentre os quais se destacam os mais positivos. São eles: festeiro (59%), alegre (58%), acolhedor (55%), criativo (55%), forte (54%) e trabalhador (54%).

 

Houve ainda 1/3 dos respondentes que indicaram atributos negativos. Entre eles, estão aproveitador (36%), malandro (34%), oportunista (33%) e desonesto (22%).

 

Além de atributos que definem personalidade, os participantes da pesquisa também foram questionados sobre a pessoa que melhor representa o Brasil.

 

Quando se trata de indicar uma pessoa que melhor representa o país, Pelé, Anitta e Neymar foram os nomes mais citados. Nesse ponto, foram identificados 5 traços comuns das personalidades mencionadas:

 

  • Representam as artes e culturas do Brasil,
  • São conhecidos no mundo todo,
  • Sucesso no futebol,
  • Buscam melhorar o País,
  • Representam festividade e alegria.

 

Impulsionadores, aceleradores e detratores

 

Segundo o estudo, o que impulsiona os brasileiros é a união, a resiliência e a capacidade de ir mais longe. Isso porque 70% acreditam que são capazes de fazer qualquer coisa quando se unem.

 

Para 65%, é possível se reerguer após qualquer dificuldade. Com oportunidade, 63% concordam que vão mais longe que qualquer outro povo.

 

Já como detratores surgem a falta de conexão com o mundo, os problemas de planejamento e as brigas internas. Entre os brasileiros, 54% concordam que o país não se conecta com outras nações e está “ilhado”.

 

Para 52%, o Brasil sempre muda de rumo e não consegue se desenvolver por isso. E 51% creem que os brasileiros passam muito tempo brigando entre si, enquanto 50% dizem que o Brasil não leva nada a sério.

 

Em contrapartida, entre os aceleradores se destacam as frentes ecológica, artística e para solucionar os problemas do mundo. Dos entrevistados, 65% concordam que o Brasil tem tudo para ser a maior potência ecológica do mundo.

 

Já 61% enfatizam o potencial para exportar riquezas e matérias-primas e 58%, artística em todos os setores. Para 56%, o país tem o necessário para criar empresas que vão solucionar parte dos problemas do mundo.

 

O Brasil nas Ondas do branding

 

A pesquisa ainda aplicou ao país o método Ondas do Branding, criado por Ana Couto para ajudar organizações a gerar e gerir seu valor. Para isso, são consideradas 3 esferas nas quais é preciso performar bem para construir valor: Produto (na ocasião, substituído por País), Pessoas e Propósito.

 

Na primeira onda, foram analisados conhecimento, custo-benefício e diferenciais. Como resultado, apontou que o Brasil é um país complexo, no qual o brasileiro vê mais desvantagens do que vantagens de viver.

 

Na segunda onda, foram avaliados aspectos emocionais, o quanto as pessoas se identificam e são fiéis. O estudo constatou que os brasileiros se identificam com o país, porém, quase metade moraria em outro lugar se pudesse.

 

Por fim, na terceira onda, foram considerados propósito e visão de mundo, impacto positivo e mobilização. As respostas apontaram que os valores, impacto e poder de mobilização ainda não são relevantes.

 

Lidere a geração de valor das marcas

 

Em resumo, elementos como esses indicam que a construção de valor do país ainda é bastante frágil. E esse é um alerta aos profissionais de branding e executivos de corporações dos mais diversos setores.

 

Entre a gama de possibilidades e potencialidades evidenciadas pelo estudo, empresas e profissionais têm a oportunidade de liderar uma nova era de geração de valor para o Brasil.

 

Portanto, esteja preparado para construir marcas e experiências que geram valor aos consumidores. Aprimore seu conhecimento com o repertório de grandes referências do mercado como Ana Couto, um dos talentos da Pós Digital FAAP.

 

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